19 janeiro 2016


Quando alguma áurea deprimente tentar te envolver, ouça Mambo Italiano, dance como se ninguém estivesse olhando e pergunte-se sobre a viabilidade de aprender a dançar mambo agora mesmo.
Semana passada decidi a começar a estudar, carregar um desafio nas costas e tudo mais; aquela empolgação de fazer algo construtivo.

Nos primeiros quatro dias me empolguei ao ponto de não lembrar que era sábado e tive de parar no domingo pra ir ao mercado e decidi passar o dia no ócio. Na segunda-feira o ânimo começou a bambear e hoje percebi como sou ansiosa e não consigo me concentrar quando tenho de fazer algo nas próximas duas horas.

Conclusão: continue escutando Mambo Italiano e fazendo exercícios.

11 janeiro 2016

O que diabos é água?

Prometer que não vai desperdiçar mais um ano pelo resto da vida seria mais uma daquelas metas que nunca se cumprem; se não dependesse do ponto de vista.

Depois que me toquei pela primeira vez de que os dias realmente passam e que de tempos em tempos eventos acontecem e, como consequência, certos detalhes são mudados pra sempre, comecei a documentar cada evento, sem me importar com a relevância e de forma que nem eu mesma possa me editar. Tenho descrições detalhadas sobre sintomas de doenças, lembretes de momentos que me pareciam terríveis (e que na verdade não eram tanto assim), textos melosos sobre sentimentos esquisitos, caixinhas com panfletos e recibos e, por fim, selfies bem mal enquadradas que mostram como meu rosto não mudou absolutamente nada em três anos. 

Talvez seja simplesmente falta do que fazer, vontade de deixar minha marca pessoal no universo ou expectativa de que um dia tenha pessoas pra compartilhar isso tudo, mas a verdade imediata é que me faz ter uma visão concreta da passagem do tempo e, assim, posso organizar pensamentos, já que minha cabeça é tão pequena que não cabe mais nenhum.

Ter consciência do que como, do que visto, do que ouço e do mundo ao me redor me tornou: 1) uma curiosa ensandecida; 2) uma versão melhor de mim mesma. Foi e é uma das maneiras mais divertidas de lidar com as questões que mais me atormentavam - olhar pros lados e me lembrar que isso é água e que as pessoas cansadas só precisam, por ora, de pelo menos um bom sorriso de verdadeira gratidão e que eu tenho o poder de proporcionar isso. Claro que não é fácil sair falando com as pessoas como se tivesse me tornado extrovertida do dia pra noite, mas nada me impediu de ter educação e empatia; de sair do castelo que construí a minha volta e então compreender o exterior dele, bem como perceber detalhes do interior que nunca haviam sido notados.


Lembrar constantemente de que isso é água nada mais é que uma maneira de manter um ponto fixo no carrossel que nunca para; assim sei que ainda existe algo a que se segurar quando eu tiver a impressão que a minha vida se tornou apenas uma busca insana por cereais.

A versão que busco agora sobre como não "desperdiçar o resto da minha vida" é a que não me deixe me trancar em lugar algum, seja dentro ou fora dos meus pensamentos; que eu tenha a liberdade de navegar entre os dois e a coragem de interligá-los ora ou outra. Que nunca me deixe estar em solidão, mas em solitude, e que eu não desista de caminhar, mesmo se um grande elefante estiver resolvido a se deitar na estrada.

10 janeiro 2016

09/01/2016

Passei dois dias pensando sobre a história de Eva (Depois de Auschwitz) e sobre como não importam as intenções e sim as ações. Esse tipo de história me faz bem, me faz pensar que não é o fim do mundo e que eu não deveria desperdiçar nem mais um ano da minha vida.

Realmente não me sinto muito confortável escrevendo como antes; parece tudo tão clichê.

09 janeiro 2016

O modo como as coisas acabaram não me deixa feliz. Quer dizer, o único meio seria se elas não acabassem. Milhares de desculpas e soluções passam pela minha mente, como se isso fosse realmente mudar algo, mas só ouço ecos que dizem "não se lamente, continue em movimento" e não sei bem o que fazer agora.

08 janeiro 2016

08/01/2016

O dia todo esperando pela pior nota da vida. Como se estapeassem sua cara e dissessem que seu carro alegórico não é brilhante o suficiente.

Ao menos assisti TED Talks sobre comida.

E tirei fotos da infecção da Sindhy pra mãe ver.

E comi Passatempo sem a culpa de estar me matando com gordura hidrogenada.





07 janeiro 2016

Vire reto

Acordei com pique pra lavar as roupas sujas da viagem - que até não foram muitas - e acabou que encontrei uma barata no ofurô que a gente usa pra pegar água da chuva. E O QUE FOI QUE EU FIZ? Joguei água na coitada. Pensei "NOSSA, NUNCA VI UMA BARATA NADANDO", mas daí ela morreu. Uma linha de silêncio.

Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silêncio Silê

Nem dá pra acreditar (dá sim) que já estamos no fim da primeira semana de 2016. O resumo dela, que deveria ser escrito amanhã mas quem liga, é que passei os dois primeiros dias em uma casa que não era minha e, quando voltei, vi tudo alagado - porque as faxinas do meu pai são assim e ele provavelmente limparia a CPU do computador com uma mangueira -, sem contar meu colchão com mijo de cachorro, bleh. 
O terceiro foi dia de ir ao mercado, receber visita, comer sushi (ponto crucial do dia), assistir TV e terminar a noite jogando Creativerse.
Nos que se seguiram, vulgo 4, 5 e 6, filmes teen (inclusive um deles baseado no Clube dos Cinco) e documentários invadiram minha lista do Filmow, segue a lista:

As Virgens Suicidas 
Juno 
Doméstica 
Twinsters 
El Club de Los Imcomprendidos 
Fed Up (selo bem bom de qualidade)

E hoje, quem sabe. 

Segue um post de verdade sobre projetos. Projetos é uma palavra legal, me anima.

07/01/2016

Acordei com pique pra lavar as roupas sujas da viagem - que até não foram muitas - e acabou que encontrei uma barata no ofurô que a gente usa pra pegar água da chuva. E O QUE FOI QUE EU FIZ? Joguei água na coitada. Pensei: "NOSSA, NUNCA VI UMA BARATA NADANDO", mas daí ela morreu.

Tem um documentário, A Vida Em Um Dia, que mostra pedaços do dia de diversas pessoas ao redor do mundo. É aquela famosa pergunta: o que será que as pessoas ao redor do mundo estão fazendo neste exato momento?
Tão bonitinho como todos tem suas culturas diferentes mas, no fundo, somos seres humanos com as mesmas necessidades, desejos e aspirações. E por fim, mesmo que não tenha nada pra gravar, ter um momento de consciência no dia já é mais do que incrível.

Já Cinderela em Paris, tenho que confessar, não gosto muito de musicais - imagine que HSM fazia os personagens cantarem e dançarem em tudo quanto é canto, fiquei traumatizada. De qualquer forma, o segundo filme da Audrey que assisti e, linda como sempre, foi lindamente linda. Aquela roupa de bibliotecária dela me faz sonhar - blusa de manga comprida preta, saia "tubinho" até os joelhos, meia calça, sapatinhos de dançarina e o "colete" com botões por cima. Claro que não sei o nome certo dessas peças mas, quem liga.

Apesar de um sono incrível estar me perseguindo e o calor, que está de matar, continuo em paz e acordando cada vez mais cedo.


06 janeiro 2016

06/01/2016

Ok, mais um dia de filme e documentários. 

Acordei no desespero de quem tem um bicho em cima da cara, mas cansada que estava não pude confirmar a suspeita. Só sei que assisti um documentário fofinho chamado Twinsters, sobre duas irmãs gêmeas coreanas que se encontraram pela internet e o jeito que elas se comunicam nas primeiras vezes me lembra aquele "sentimento de melhor amigo" que você tem tanta curiosidade e perguntas e acha a presença dessa pessoa tão especial que poderia só conversar com ela o dia todo. Engraçado como elas são tão parecidas em tudo, mas o ambiente em que cresceram deu uma diferença bem grande na barrinha extroversão e melancolia.

E o filme da vez foi El club de los incomprendidos - digamos assim, uma continuação em espanhol do clube dos cinco, estilo Malhação focada em drama e romance. Apesar dos pedaços clichezões de filme adolescente, tem alguns temas interessantes e as falas da personagem principal como narradora são legais também. Pra falar a verdade, não me recordo de ter assistido algum filme Espanhol - poderia ter sido mais curto, mas é melhor que alguns (muitos) filmes desse tipo.

Documentário [FED UP]
Mais pessoas vão morrer de problemas causados pela obesidade do que pela fome, ISSO É REAL??/?
E se as soluções pra obesidade estiverem tornando o problema ainda pior?
Amêndoa --> Fibras, não aumenta a taxa de açúcar no sangue imediatamente;
Coke --> Sem fibras, vai direto pro fígado, produz gordura.

Com o fígado sobrecarregado, o pâncreas produz insulina, que aumenta a taxa de armazenamento de açúcar --> gordura. Além disso, impede que o cérebro mande sinais de satisfação. VOCÊ ESTÁ FAMINTO, FRACO, SEM ENERGIA.
Relatório McGovern.
Saúde pública x Promoção da agricultura

Um dos melhores documentários sobre alimentação/obesidade que eu já vi, Muito Além do Peso também não fica muito pra trás.

Como atividade da noite, minha tarefa foi fazer um jantar - arroz, purê de batata com folha de louro (diferente, mas não ruim), missô refogado com alho e salada de beterraba - coisa que me fez pensar que estamos indo bem ao nos afastarmos da comida ultra processada. Quer dizer, antigamente costumávamos tomar até uma garrafa de refrigerante por dia e eu levava salgadinho e bolacha recheada como lanche na escola. Agora, uma garrafa de refrigerante por mês, um ou outro biscoito ou bolacha (porque pra mim tem diferença), quando realmente não tem outra opção mais saborosa.

Beber água era loucura, a gente se hidratava de refrigerante. Maus tempos.

Ps. Segundo dia de remédio da Sindhy.

05 janeiro 2016

05/01/2016

Meu olho continua inchado e doendo, bem como o braço. Acordei às 8h com uma aparência terrível de... quem acabou de acordar.

Uma coisa que percebi esses dias é que, nas casas de japoneses, a gente tem aquelas comidas "organizadas". Digamos assim, são vários pratos que podem ser comidos separados, com as mãos, com hashi; mutias vezes fria mesmo. São saladas, carnes, gohan normal, missoshiro. Raramente tem feijão e refogado, do tipo que a gente mistura no prato, vira uma coisa só e vamos comendo misturando os sabores à gosto. E desse jeito é prático, raramente estraga e... elimina aqueles lanchinhos horríveis e cheios de corantes, estabilizantes, emulsificantes, aromatizantes. 

A propósito, sonhei que estava sendo caluniada em uma escola gigante em que todo bafão que acontecia era postado em um "site da popularidade". Achavam que eu era homem, mas quando descobriram que sou mulher tentaram provar tirando fotos de mim o tempo todo, até no banheiro. Daí que um dia tinha um cara louco que botou fogo em uma bomba de maconha (?/??) e eu avisei pra um casal que estava alimentando um bebê ali perto pra correr. Todo mundo correu pra fugir da marofa e no dia seguinte virei uma heroína, saí até como manchete do site. E também tive uma visão de uma youtuber (Bárbara) sendo expulsa da sala de aula (????//?/?). O fim do sonho foi lúcido, mas sempre que chego nesse ponto acabo acordando. Trágico, trágico - até porque, é difícil mudar de cenário.

Tenho de admitir que o resto do dia foi composto por documentário e filme - Doméstica e Harry Potter e a Câmara Secreta. Algo me deixou extremamente sonolenta enquanto eu via o filme, daí que lembrei ou tive um Deja vú, sei lá, sobre fantasiar um voo de vassoura. Dava pra sentir como é sair voando montado numa Nimbus 200 (se bem que era um modelo antigo aquele do sonho).

Netflix está de volta, pulgas por todos os lados e doce de banana a beça.

Ps. Agora, quando vejo um avião no céu, sei o que está se passando lá dentro.

04 janeiro 2016

Retrospectiva mental 2015

Tenho e mente que 2015 foi o ano mais estranho da minha vida. Tipo, estranho de diferente. Pensa, não precisei acordar 5:50 pra me arrumar em trinta minutos e sair correndo pro transporte me levar pra escola em outra cidade. Nada de sentir aquela pressão pra ser normal o dia todo, nada de comer comida fria no almoço, nada de passar calor e usar um tênis claustrofóbico (pros meus pés) o dia todo. Daí que descobri também que odeio calça jeans e usei pijama o ano todo. Tá, isso pareceu horrivelmente preguiçoso mas, tenho em mente que, se tivesse ido pro cursinho, seria 3x mais deprimente e eu não estudaria de qualquer forma. Trabalhar não era uma opção porque 1) crise no país, 2) experiência zero, 3) desenvoltura para lidar com o mundo nenhuma. 

E depois de tudo isso também descobri que essa pressão é toda da minha cabeça. Claro que alguém botou isso lá (alguéns), mas aprendi a me desvencilhar disso um pouco. Descobrir estilo pessoal deveria ser aula básica nas escolas. Imagina o estresse e o sentimento de deslocamento de não ter personalidade - ou não saber que tem. É um impedimento que me fazia esquecer o resto do mundo e ficar me corrigindo o tempo todo até descobrir que não tem lado certo. 

Segui uma ideia e logo em seguida bati de cara na parede. Peguei virose uma vez e intoxicação alimentar por comer melancia depois do jantar. Um ano sem gripe. Admirei meus pais, fui ao mercado quase todos os domingos - fiz amiguinhos por lá -, tive Natal e Ano Novo de verdade, em dois lugares diferentes. Acreditei, fiz uma aula de baralho. Me desvencilhei do miojo, refrigerante e posso dizer que, com certeza, não vou ficar desnutrida pela dieta composta de macarrão de alho e óleo e macarrão com molho de tomate industrializado. Andei por aí. Experimentei dias deprimentes, a saudade, a conquista, a alegria, a solidão e a solitude. Cortei minha própria franja, me descobri fangirl e dei uns pulos no inglês. Abracei muitas pessoas, assisti um espetáculo de dança. Tirei selfies a beça - que ninguém viu. Fui trabalhar com meu pai. Usei saias. Acompanhei minha mãe nos ensaios. Comecei a dormir com tampões de ouvido. Perdi a achei a noção do tempo. Fiz 18 e descobri que escrever é o que é.

E depois de toda essa encheção de linguiça eu percebi uma das coisas mais óbvias - que o passado só pode ser lembrado e o presente pode ser vivido.



Além do horizonte

Se o mundo tiver uma chance pra ser conhecido, ele pode mostrar que, apesar do que a gente tende a pensar, as pessoas tem muito em comum; todas tentando buscar a paz interior e tudo mais. Talvez, se um dia inventarem uma boa máquina do tempo, eu me diria isso antes: se não souber como agir com alguém, cuide dela. Se interesse sem ser um pé no saco e tudo vai ficar bem. Algumas vezes exige quilos de paciência.

Aproveitado que o ano começa com toda essa maravilhosidade de pensamentos positivos e preparação pra uma digna vida de pré-morte, cá estou, disponível para um milhão de promessas. O problema é que elas quase nunca funcionam - o que não impede que elas sejam feitas, poréeeem.

Daí que cada pessoa dá seu jeito pra achar uma maneira de fazer isso funcionar. Se vira aí. Zoera, vai ter mais clichê de ano novo vida nova nos próximos posts - não perca.

É normal voltar de férias e achar sua playlist desatualizada pro novo ano?

04/01/2016

Quase escrevi 2015 na data; quão clichê é isso?

Foi o dia que decidi, assim, do nada, a escrever um diário. Como não e dou bem escrevendo no papel - principalmente porque erro como quem respira e escrevo bem o que vem a cabeça e sem muitos ajustes até o fim. Típica escrita de jovem desesperada, mas é isso que eu sou.

Acordei tarde pra regular esse sono que me abraçou pakas e tentei manter essa organização mágica que ocorre de vez em nunca aqui em casa. Assisti "As Virgens Suicidas"; não que eu estivesse em um clima muito macabro  pro filme, mas acabou que não foi tão deprimente assim. Os nomes que me lembro agora são Sofia Coppola, a diretora, e a atriz Kirsten Dunst, que fazia o papel da Lux. As duas mulheres que trabalharam nas mesmas posições em Maria Antonieta, todos com um ritmo calmo e ao mesmo tempo jovem; tipo um filtro sonhador. Deu mais curiosidade de saber o porquê do suicídio das meninas Lisbon - elas tinham aquela oportunidade de fugir dali, mas talvez não tivessem a esperança que precisavam pra fazer isso; sabiam que estavam presas pra sempre, quem sabe. Aquele pedaço da narração em que um dos garotos que as observavam por anos falam sobre a complexidade das mulheres, especificamente das garotas Lisbon, e juntando com a fala da Cecília "O senhor nunca foi uma garota de 13 anos", me faz pensar se isso é um exagero, mas é um ponto ambivalente; trágico e encantador.
Falando a verdade, tenho quase certeza de que esse era o sentimento em épocas mais machistas, como a Idade Média, mas principalmente nos séculos XVIII/XIX. Pelo menos pra burguesia; com mulheres sempre impecáveis em seus trajes pomposos, fuxicando com suas amigas e praticando hobbies que preenchiam o tempo de quem não tinha muitos direitos, mas sim pessoas pra cuidar de tudo ao redor. Elas eram como gueixas, quem sabe; tinham de encantar ao público e suas figuras escondidas e perfeitas davam-nas um ar de mistério, instigante.

Primeiro filme do ano, a propósito. 

Ps. Ah, tenho de lembrar de começar a dar um remédio pra Sindhy, as duas estão estranhamente calmas esses dias; talvez porque a Sindhy anda dormindo junto com a Lola e assim elas se sentem tratadas de maneira igual. Acordei com o olho doendo, como se tivesse levado um soco, e uma bolinha dolorida no braço. 


03 janeiro 2016

03/01/2016

Domingo é dia de ir ao mercado, fazer compras marotas , bater um papo (de alguns segundos) com o cara do ticket, passar no estacionamento, no mercadinho do bairro e voltar pra casa pra almoçar pão com alguma coisa. Fui acordada pelo meu pai apressado - como sempre -, passamos nos mercados e saímos com 260 pilas a menos e uns olhares estranhos de um cara. Voltamos pra casa pra arrumar as últimas baguncinhas antes dos tios chegarem com sushi, bolo, frango assado, torta de palmito,além de uns equipamentos de pesca, redes, copos e vasilhas de vidro pra cozinha; a maioria daquelas coisas que só gente rica consegue manter em casa porque geralmente não tem muita serventia, a não ser a beleza.

Comemos, conversamos, rimos e fiquei observando como é que conseguimos organizar a casa inteira tão rápido e tão bem. Só a tia pra fazer essa casa ficar organizada. Espero que se mantenha assim.

Ah, também fiquei sabendo da história da morte do meu vô. Que tinham muitas caixas vazias de mercadoria da feira no quintal e provavelmente esse foi o motivo pra atrair ladrões, que bateram na cabeça dele. Meu pai levou um tiro de raspão na perna e minha tia pediu a arma pra minha avó, só que a bala não saiu. Depois disso meu ele ficou com medo, traumatizado, e depois de 6 meses, em dezembro, morreu de derrame - provavelmente pela batida forte na cabeça, Incrível como as pessoas continuam se desdobrando mesmo quando já se foram.

E o fantasma da direção se aproxima, em breve vou eu tirar minha carta.

Fui dormir meia-noite por motivos de: Fantástico (embriões com DNA modificado) e Creativerse.

Ps. Pegar receita de torta de palmito;
Ps2. Pensar em roupas pra usar em rio/lago/praia/piscina;
Ps3. Um videogame;
Ps4. Dar uma olhada naquele livro antigo de Medicina.

-R$260

meia-noite --> virada de um dia para o outro
meia noite --> metade de noite

02 janeiro 2016

02/01/2016

Acordamos lá pelas 9h/10h, comemos e fomos pra casa da tia jogas R$4 de baralho:

Começam todos com 10 pontos. Dois baralhos, alguém embaralha, outra pessoa corta e pega o coringa (o coringa vai ser a próxima mais alta do mesmo naipe). A pessoa que embaralhou distribui de três em três, 9 cartas pra cada. Se o jogo estiver ruim, pode fugir e perder um ponto. Se jogar e perder são menos dois. Tem de ter nove cartas e de três em três uma sequências de números iguais com naipes diferentes ou números diferentes com naipes iguais, com ajuda do coringa ou não. Se bater e não for de verdade perde direito de pegar cartas que a pessoa do lado joga e só pode pegar do monte.
A pessoa que começa pega uma do monte, se não servir pode pegar outra - sempre com 9 cartas na mão. A próxima pode pegar a carta que a primeira pessoa jogou ou uma do monte e jogar uma também, assim por diante. quem sobrar ganha R$2 de cada jogador perdedor.

Ganhei um panetone e quando viemos embora, lá pelo fim da tarde, a casa tava toda alagada e meu pai com uma mangueira dentro de casa. Fiquei doida, o chão de madeira tava fedendo até ontem, mas pelo menos ficou tudo limpo - como não foi passada uma vassoura, ainda da pra ouvir barulho de areia ralando quando pisamos no chão. 

Tudo isso porque a tia vem amanhã e, como a mãe não tá em casa, ele deu o jeito dele de limpar tudo da maneira mais insana possível. Parecia que iria dar tudo errado, de verdade; mas não foi a primeira vez, afinal.

Dei uma bela missão impossível logo que cheguei, sem nem trocar de roupa. Quase mancho de cândida, então fui logo trocar. As cachorras tavam tão calmas, até deitando juntas na sala - as vezes o pai tem razão nas loucuras dele. 

Fui deitar uns minutinhos na cama pra passar o cansaço e então escovar os dentes e dormir e tudo o que consegui foi adormecer tão rápido que deixei as panelas no fogão, a porta aberta, o notebook e a luz ligados. Só fui acordar lá pelas 4h da manhã, escovei os dentes, deliguei o computador e vi que o pai já tinha acordado antes pra fechar a porta e tirar as panelas de lá.

01 janeiro 2016

01/01/2016

Chegamos no final da tarde, ficamos jogando Creativerse e Magika até dar a hora do banho, de chegar um casal e, depois de provar vinhos e comer, a meia noite bateu e ouvimos os estouros no céu (muito mais barulho do que brilho, por sinal). Os vizinhos gritaram feliz ano novo e tinha uma árvore gigante enfeitada com pisca-piscas em uma casa da rua. Depois, tomamos um champanhe bem ruim - como toda bebida com gosto de álcool -, ligamos pros nossos pais, saímos pra levar o irmão pra casa e fomos dormir às 2h da manhã.

A casa em Mogi me lembrou a nossa: simples, mas mais interessante do que qualquer casa luxuosa. Todos os cantos com um cuidado de quem construiu aquilo e zela, pelo trabalho que deu - um carinho especial e uma organização característica japonesa, encantador. O cheiro das verduras frescas, a comida boa, as casinhas todas próximas umas das outras, cheias de gente que sabe que comida vem da natureza e que usa cachorros gigantes e obedientes pra tomar conta de suas casas. 

Comemos Ozoni de café da manhã - delicioso - e tenho que reproduzir aquela gelatina colorida e fazer doces clássicos, como o pudim, com menos açúcar. E plantar uma árvore. E visitar um sítio ou lugar em que a natureza consiga entrar pelos poros.

Os pais tem voz de desenho animado e são tão caricatos quanto. Vontade de ser parte daquilo também, de agradecer por tudo.

E sim, eu pareço mais nova do que sou.