06 agosto 2016

31/07~06/08

  • Algo que escrevi;
- Anotações das aulas em um caderninho.
  • Algo que ouvi;
- Barulho do metrô e dos carros na Rodovia.
  • Algo que assisti;
- Aulas, aulas por todos os lados;
- Um pedaço da abertura das Olimpíadas.
  • Algo que cozinhei;
- Meus músculos depois de correr e subir ladeira;
- Um macarrãozinho que não ficou lá essas coisas.
  • Algo pela saúde do corpo;
- Caminhadas, caminhadas por todos os lados.
  • Algo pela saúde da alma;
- Me sentir livre em um lugar completamente novo pra mim e aconchegante.
  • Algo novo;
- MINHA CARTEIRINHA DE ESTUDANTE!!!!!!
  • Um momento infinito;
- Correr no lado esquerdo das escadas do metrô.
  • 20 segundos de coragem insana;
- Entrar naquele ônibus, sabendo que algo mudaria depois dali.
  • Alguém novo:
- GENTE NOVA;
- GENTE NOVA POR TODOS OS LADOS.
  • Um lugar:
O QUE É AQUELE CENTRO ACADÊMICO?
UM BURACO.
SENSACIONAL.


O que eu lembro dessa primeira semana de aulas é que foi tudo bem novo. Depois de ter feito a matrícula, comecei a andar de ônibus/metrô sozinha, com uma bolsa no ombro e muito receio. Papai me levou até o ponto no primeiro dia - a aula começava às 8h30min, e o dia já estava claro quando saímos.
Vários ônibus passaram, inclusive uns com a inscrição "metrô butantã", que eu deveria pegar, mas decidimos esperar pelo verídico ônibus "BUTANTÃ". Quando ele chegou, entrei num salto, e entreguei o dinheiro ao motorista. Ele me enganou: em vez de duas moedas de dez, me deu duas de cinco. Eu soube na hora, mas duvidei e fui trouxa - encostei na parede e foquei em me equilibrar de modo que ninguém percebesse que eu era leiga naquilo e/ou estava insegura. Entrei em desespero interno tentando lembrar qual ponto de referência indicava que o terminal estava próximo.

Senti alívio quando cheguei no lugar certo. A próxima missão era comprar um bilhete de metrô. Um não, cinco.

Peguei a fila e olhei pro dinheiro na mão: vinte reais. Pensei: COMPRAR O MÁXIMO DE BILHETES POSSÍVEL. Olhei pro lado, tinha uma mulher com pasta de dente na bochecha. Olhei pro outro, uma fila a parte pra quem tinha dinheiro trocado pra pagar pelos bilhetes. Chegou minha vez. Fiz um 5 com a mão aberta pra mulher e ela me deu três reais em moedas e alguns papeizinhos destacáveis tão rápido quanto a velocidade da luz.

Saí tonta depois dessa demonstração de agilidade. Olhei pro troco. Era pra ser só um real, o que diacho essa mulher entendeu? Será que tem menos de cinco aqui? Enfiei no buraco da cancela. Não deu. Mudei de cancela. Não deu. Alguém passou a catraca normalmente do meu lado. Parei. Destaquei o papel. Coloquei um só. Passei. Senti os olhares. Fiz a egípcia e saí andando.

Tentei ser o mais simpática possível esses primeiros dias. Puxando conversa, dando sorrisos, tentando não parecer TÃO desconfortável, pedindo ajuda pra estranhos, ajudando os mais perdidos que eu. O caminho da escola pra casa era o mais rápido possível: nada de fazer hora, pra não perder o ônibus. Nos intervalos, no entanto, aproveitei pra fazer tour naquele lugar tão gigante e antigo. Inacreditável. Sensacional.

As primeiras aulas me deixaram assustada - mesmo sendo bem mais leve que o ensino médio, algo tão livre é intimidador. Arranjar livros "POR AÍ", ENCOMENDAR sua própria apostila. A ideia de fazer SEMINÁRIOS. 

Durante uma semana, fui a caloura turista. Muda e curiosa, fugi do trote e achei aquilo tudo uma grande aventura.






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