30 outubro 2015

Um rascunho sobre a luta contra a procrastinação

Construir uma rotina quando não existe algo empurrando (leia-se obrigações) é uma das tarefas de desafio mais difíceis desde que o ser humano é essa pessoa tão cheia de ambições sobre o conhecimento. Temos teorias, vídeos motivacionais, fé, pesquisas científicas, mas o que realmente conta, senhoras e senhores, é a determinação; como se fosse fácil assim. Longe de ser preguiça, é só o instinto biológico de homeostase mental ou físico de inércia - será que Newton procrastinava? E Marie Curie?

Digamos que eu tenha testado muitas fontes de informação esse ano - sites, aulas em vídeo, livros, apostilas, tabelas, tópicos, esquemas, blá blá blá - e cada um teve sua durabilidade enquanto eu tentava entender uma matéria sempre por vezes desinteressante, principalmente quando já estava cansada de empurrar conteúdos abaixo via goela. Eis o fato: somos mais produtivos quando 1) Temos uma rotina, 2) Estamos desesperados (geralmente essa quer dizer que a prova é amanhã ou o vestibular daqui duas semanas) 3) Quando é por/para alguém.

Uma rotina cumprível não combina com distrações, fome, cansaço, dores, tecnologia (salvo em casos de conteúdo online, o que requer um pouco mais de controle) e viroses.

O que mais funcionou foi ter uma mesa perto da janela, livros com capítulos coloridos e com algumas imagens e bons textos (do tipo que se pode entender e ler por uma hora sem precisar se perguntar quem diabos é Pepino), poucas questões no final do capítulo (fazíveis em pelo menos uma hora no total, dissertativas de preferência, tipo o livro Geografia Geral do Brasil), sanidade mental, canetas coloridas, boas aulas em vídeo (nerkie, Jubilut, Se liga nessa história). Quão é o desespero de terminar um capítulo e ver que vai passar a tarde toda resolvendo a página de exercícios porque não quer sentir que faltou algo. De fato, nunca terminei aqueles exercícios todos. 

O saldo final disso tudo é que essa cobrança tão grande em nós mesmos e depois a decepção por não ter conseguido fazer tudo é tão insana; somos nós lutando contra nosso próprio corpo a cada desafio, de novo e de novo. Claro que não vamos culpar os historiadores que escrevem as apostilas ou quem é que mandou deixar tudo em preto e branco, porque no final realmente depende só da nossa própria determinação, mas vamos tentar de tudo antes de cogitar desistir ou entrar em um mar de martírios.






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