21 setembro 2016

21/09/2016

Tenho estado mais falante esses dias.

Depois que aquele cara aleatório do metrô falou "Uma grande amiga sua quer te derrubar.", o que primeiro passou pela minha cabeça foi "QUE AMIGA?" no sentindo de SUJEITO NÃO EXISTENTE, então eu perguntei: "QUE AMIGA?" e ele simplesmente disse "Isso eu não sei" e desceu na estação Faria Lima. Fiquei com cara de tacho, um pouco de medo, e até esqueci da possibilidade de ser só mais um cara doido no meio de São Paulo.

Os últimos dias se basearam em assistir aulas e tentar resolver exercícios de Python (que mais são de pura abstração lógica), inclusive nos plantões pós-aula. Comi pastel segunda-feira na barraquinha que diz ter o "MELHOR PASTEL DE SÃO PAULO" (frango com requeijão) e é tão igual catupiry que me deixou feliz, mas o frango era bem seco sem ele. Pensei em pegar vinagrete, mas tinha um cara fazendo o pastel de copo: colocou uns 8 copinhos de vinagrete dentro e saiu comendo na maior cara de pau. Observei a POKER FACE da mulher da barraca e preferi não dar mais prejuízo pra ela.

E falando em situações sem noção, hoje alguém peidou no ônibus. Fiz a egípcia e observei: a mulher do lado do cara tentando abrir a janela emperrada (que não abriu) e a moça do meu lado fazendo gestos sutis e embaraçados de quem quer afastar o vento fedido do ar que ela respira. Quis rir muito. Continuei com a melhor cara blasé que consegui fazer.

A viagem de ida e volta é por vezes emocionante. Quando meu cérebro está descansado o suficiente, consigo observar as pessoas ao meu redor. Esporadicamente, encontro pessoas conhecidas no metrô, mais raramente no ônibus, e quase todas as vezes prefiro fazer de conta que estou no modo zumbi (aquele que todos ficam enquanto estão utilizando transporte público) e que nem vi que eles estavam ali. Claro que essa tática não deve funcionar mas, eles nunca vieram falar comigo, então... eles devem estar pensando o mesmo que eu.

É meio contra meus princípios escrever sobre pessoas, então vou ser bem subjetiva. Olhar nos olhos de alguém é uma ação bem intensa. Quer dizer, eles dizem tanto. A face como um todo na verdade, toda a expressão. Frequentemente evito olhar pro rosto das pessoas por muito tempo porque me é esquisito.
E então tem aquele olhar em que nada mais você vê: SÓ OS OLHOS. Se alguém perguntar sobre o resto do rosto, você não sabe dizer. Só que olhou nos olhos e foi tempo suficiente pra que uma estranha familiaridade fosse criada no departamento social do cérebro.

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