27 novembro 2015

Aterrissagem de um ano

Cá tenho enfrentado uma severo vício em Stop e Gartic que já passaram por motivos de: enjoei. Quem liga, você se pergunta. Sua mãe, aquela guerreira maravilhosa.

Estranhamente O Apanhador no Campo de Centeio e 10 Coisas que eu Odeio em Você se esgueiraram pelos meus olhos esse último mês, mostrando quando o ser humano percebeu a existência de um período jovem adulto na vida e depois o início de conteúdo clichêMATIZADO voltado pra esse público (leia-se filmes adolescentes da Disney e Capricho). Quantas vezes não tentamos nos achar em mais uma cópia barata da mesma história. Quantas vezes não procuramos nossa idade no Google pra ver o que as outras pessoas da nossa idade fazem. 

Eu nunca fiz isso.











Senhora?

Ok, não era bem esse tema que eu tinha em mente. É o seguinte: como a vida nunca é do jeito que a gente imagina, estou novamente na situação em que o resultado de uma prova vai definir o que vou fazer a maior parte do meu próximo ano. Quer dizer, antes tinha uma opção, agora não tem mais.

No último dia de aula, no ano passado, a escola já estava toda desestruturada das suas funções (cadeiras voando, espuma, despedidas) e, depois que a parte da manhã acabou, almocei sentada em uma sala vazia, confusa pelo que iria acontecer dali pra frente - encerrando o ano tipicamente, com uma bela recuperação de física nas fuças. Era o último tudo naquele dia. Últimos momentos como aluna no lugar que eu frequentei por onze anos, última prova, última olhada naquele lugar e nas pessoas de lá. O que era depois daquilo? Adulta? Pfff, claro que não. Com cara de criança e recém-dezessete na testa, provavelmente poderia fazer o terceiro de novo e ninguém iria reparar.

A vida era baseada em estudar, procrastinar estudos, descansar de tantas aulas, se sentir como quem não tem um papel útil no mundo. Esquecer de se divertir de verdade pra passar o tempo o mais rápido possível porque temos de dormir cedo. E acordar cedo. E fazer tudo de novo. Acho que fiquei velha demais naquele ano.

Uma pessoa zumbi, tão distante de si mesma que sua alma vive longe do corpo e não consegue conectar essas duas partes. Tudo é um medo, solitário e sem emoção.

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O que você vai fazer?

Quando a gente diz que não gosta de nada, é porque considera muitas coisas como nada. Ou estejamos desvalorizando nossas paixões. O medo faz isso: entra na sua casa, come sua comida e, se reclamar, ainda traz amigos folgados. As ambições dos outros pra nossa própria vida fazem isso.


Sempre escutei que deveria escolher uma coisa pra fazer pelo resto da vida e, quando chega a hora da pra perceber que aquilo que realmente interessa não está em nenhum curso; não se ensina alguém a viver e muito menos a se apaixonar. Se encaixar é uma tarefa cheia de recaídas mas, assim que acontece, não tem necessidade de perguntar por que é que não sou como os outros e simplesmente fazer a coisa mais natural e básica da tua vida que é ser você, com todo o prazer.

Você já está fazendo aquilo que ama?

Aloha,
Lisik

25 novembro 2015

Uma vida por um histórico de pesquisa - a internet vicia

Cresci acreditando que a internet era o melhor lugar pra se estar. Lá dentro daquela caixinha branca, cheia de pixels, tinha uma magia indescritível que o mundo real simplesmente não proporcionava porque estava cheio de brigas, decepções, monotonia, solidão. Tudo o que era preciso fazer é sentar ali, me "divertir" o dia todo de modo que, quando eu fosse dormir de noite, toda a parte ruim do meu dia teria passado tão rápido quanto fosse possível suportar. 

Pelo que me recordo, ter doze anos era um pesadelo. Toda aquelas informações sobre uma face da morte que chegou e eu não fui capaz de sentir nada, sobre estar crescendo e tendo que lidar com isso por mim mesma, sobre ver aquelas coisas da vida que nós temos certeza sendo desmentidas. O único lugar em que era possível fugir de tudo isso e ficar em paz era, descobri depois de um tempo, uma mera ilusão. No computador dava pra acelerar os momentos desagradáveis, mas no fim são só cereais (esse filme é muito bom, todos deviam assistir, todo ano).

Na vida real não da pra acelerar pro passado de volta e viver de novo o caminho antes de descobrir que não é a recompensa do final o que importa (quem se importa com cereais, afinal?).


De qualquer forma, saber que o Google guarda registro de todas as suas pesquisas é assustador. É assustador também saber que o blogger é da Google. Estou com medo.

Os registros guardam mais da minha história do que eu mesma me lembro ou percebi sobre mim mesma e, adivinha só: parece que eu venho fazendo a mesma coisa por três anos; pesquisar sobre comida, curiosidades históricas e vários outros porquês e o ques que a gente tem em mente mas nunca pergunta pra ninguém. 

Me sinto muito no século XXI agora, como nunca antes. E me sinto horrível. Parece até que eu vivi todos os meus últimos anos dentro de um computador.

Será esse um dos dramas da geração Z?

Espero superar isso antes de acabar em uma clínica de habilitação para dependentes de tecnologia.

Pare de documentar sua vida com históricos de pesquisa do Google.

24 novembro 2015

Descobrindo o Brasil

Me aventurando pelo blog da Tavi, comecei a perceber o quanto de cultura estrangeira fica ao redor, bloqueando a cultura brasileira. Como meus pais não ouvem muita música (nenhuma praticamente, só minha mãe que pula de sertanejo pra gospel, mas são as mesmas tocadas de novo e de novo) eu só tenho elas na memória com a Xuxa cantando e depois, do nono ano ao primeiro ano do ensino médio; aquela chuva de Titãs, Marcelo Jeneci, Clarice Falcão, Paralamas do Sucesso, Marisa Monte e Legião Urbana.

E daí esses dias me toquei que conheço mais sobre as décadas da música e tudo mais de um país que nem é meu (!!!!). Ok, eu não conheço quase nada, mas ainda sim é mais do que sei sobre a cultura que vem me acolhendo por 17 anos (seis dias pra dezoito, tenso). E vi estrangeiros falando sobre como o português soa bem. E vi o quanto eu sou hipócrita.

Tá na hora de agir.






(Isso aqui me lembra o jardim de infância e eu nem sabia disso)

A propósito, tá na hora de criar um novo blog. Novos anos, novos blogs.
Talvez eu comece um diário de papel como anexo pra toda essa baboseira incrível (pra mim) que escrevo aqui.

A propósito de novo, estou me recuperando da vontade de viver dentro de uma caixa.

21 novembro 2015

Parece que alguém perdeu a ponta da fita adesiva de novo.



Daria acabou e levou um bom pedaço do meu baço junto dela - o que estranhamente veio doer no coração -, o que me lembrou que fases da vida passam e que daqui nove dias meu ritual de passagem vai começar e me tirar a desculpa de não atender o carteiro, aprender a dirigir ou fazer um título de eleitor porque "sou menor de idade". E também, tudo o que eu fizer não vai ser motivo de orgulho e sim de alívio, porque provavelmente vai ser uma obrigação. 

Em comparação, sou um Trent sem Mystik Spiral; deprimida por não fazer nada, sem fazer nada por estar deprimida. Sem objetivos, sem ação, sem Jane Lane, sem Daria Morgendorffer.

20 novembro 2015

If A Body Catch A Body Coming Through the Rye

Sem. Vontade. De. Escrever. REALMENTE NÃO QUERIA DIZER ISSO MAS VOCÊ PEDIU. Essa frase tem vírgula? O que quer dizer MAS, afinal? Oh, cara, que coisa.

17 novembro 2015

Daria é o melhor desenho. Cake - The Distance me lembra Mystik Spiral.

A pior parte de crescer é a pressão por ser mais do que você é porque, aparentemente, pra viver em sociedade temos que agradar uma quantidade de pessoas ou vamos ser simplesmente excluídos da incrível comunidade formada por gente feliz.



 

16 novembro 2015

As vezes me pergunto como é que as pessoas viviam em meio à guerra. Anne Frank vivendo sua popularidade em uma escola, sem precisar se preocupar, ainda, por ser judia, ou como meus avós simplesmente foram forçados a tomar partido em uma luta que não era deles e quem nem deveria existir, pra ninguém. E então o que acontece agora é tão tocável em tempo que você pode até se perguntar se algum dia o ser humano mudou alguma vez. Pensava que vivia no futuro e podia olhar pro passado e dizer "é, cara, superamos isso", mas a verdade é que talvez algumas peças se realocaram no tempo, mas as guerras continuam; por outros motivos, por vezes pelo mesmo, mas elas continuam.

Talvez seja uma marca biológica que vamos carregar por tempo indefinido, porque é o que mantém a existência, mas o preço é a vida.

14 novembro 2015

É tão insano imaginar que enquanto tantas coisas acontecem ao redor do mundo nós estamos simplesmente aqui, sentados, pensando se a bateria do nosso tablet vai durar até amanhã.

04 novembro 2015

Facebook: matar ou morrer

Acordei com esse sentimento de que estou ficando velha e já atingi minha cota de stalker-matadora-de-tempo-triste-por-não-ser-melhor por uma vida inteira. Solução: deletar esse monstrinho que é o Facebook.

Quer dizer, não que ele ainda tivesse utilidade pra mim, mas sempre me prendi a ideia de que aquele feed de notícias era útil ou quem sabe alguém no mundo precisaria me contatar mas... não. O feed pode ser substituído por cominho em pó um visualizador de feeds desses que se acoplam com o navegador e, se alguém realmente quisesse me contatar, já teria me contatado nos últimos 216 meses.

Pode ser simples revolta com a falta de vontade pra fazer qualquer coisa além de assistir Daria, comer doces e fingir, dentro da minha cabeça, ser uma cidadã de valor ou qualquer coisa parecida, mas deletar um facebookzinho não faz mal a ninguém. Até te deixa mais livre, sem aquele comichão nos dedos pra digitar "fa" e dar enter no campo de URL do Google Chrome, liberto pra ler somente notícias que te interessam, e o mais importante: não se pegar sorrindo com a matéria de cima quando a próxima é sobre mais um resultado da falta de empatia do ser humano.

Ah, como nós complicamos nossa vida.
Sempre nos prendendo a qualquer coisa que pareça estável.
Acumulando inutilidades.
ISSO NÃO NOS TRAZ FELICIDADE.