01 dezembro 2014

Respire

A rinite achou meu nariz.

Estou na época da maratona de provas - pulei a de festas de quinze, só pra constar -, sendo que ao todo elas vão contar cinco; dois dias do ENEM (105/180), um dia da FUVEST (44/90), dois dias de prova de bolsa em cursinhos e dois dias da UNIFESP.

Ontem fui fazer a FUVEST com três dias de nariz congestionado,  pingando como uma goteira, olhos ardendo e aquela sensação de quem passa a noite dormindo em um ônibus de viagem. Peguei a comida de sempre - água e água de coco congeladas,  club social integral, frutas e barrinhas de cereal, sem contar umas balinhas - e sai de casa rumo ao desconhecido, já colocando em mente que não iria saber fazer muita coisa.

Cheguei lá e, bombardeada por pessoas entregando panfletos, segui o fluxo de pessoas e acabei achando, milagrosamente,  a minha sala. A mulher que me recebeu pareceu entender que minha falta de orientação era de nervosismo e me colocou na fileira quatro, na quinta carteira.

Tão cansada que via pessoas conhecidas por todos os lados - e algumas eram realmente conhecidas -, derrubei muitas coisas e me atrapalhei muito arrumando as coisas em baixo da carteira.  A maioria das pessoas lá eram mais velhas e o ventilador secava meus olhos, fazendo eles arderem ainda mais.

Resumindo a prova: estava como deveria estar. Bem difícil,  chutei muito na parte de exatas, no meio da prova queria sair correndo de tanta rinite e quase fui desclassificada por estar com um celular ligado na mão no meio do prédio da FMU.

Saindo de lá, fui assistir A Esperança - Parte I. Do meu lado, um cara chato que comentava o filme em voz alta, o pessoal que ria de um filme que não era de comédia e muitos,  muitos casais naquela sala de cinema. Estou cantando a música da Katniss até agora.

E pra complementar a vida,  o maior número de coisas estúpidas que um ser humano pode fazer em um curto período de tempo: rondei 5 pias atrás de água e sabonete, fazendo uma mulher ficar com dó de mim e tentar me ensinar a usar uma torneira,  além de pisar em um rodo e fazer ele bater na minha cara.

Fechando a noite com um jantar natural, experimentei queijo gorgonzola pela primeira vez,  vi o cozinheiro flambar nossa comida e pensei que eles deviam colocar a cozinha mais a vista do que o balcão. Sinceramente,  acho que gorgonzola não é a melhor coisa que se pode fazer com um queijo.

Hoje, mamãe quis me levar pra almoçar no shopping e eu fiquei realmente feliz de não ser MC Donalds. Esfihas, sprite e depois um bolo retangular em casa.

Eu sei que estou sem prática de detalhar coisas e escrever,  mas agora já é um pouco tarde. Foram os dois dias mais agitados da minha vida (acho que não tem muito exagero nisso) e o saldo final é: não nasci pra viver em cidade grande, não gosto de gorgonzola, as pessoas não tem consciência de quem você é e por isso sempre vão usar sua aparência como parâmetro de julgamento,  não me sinto especial no meu aniversário e eu provavelmente não teria rinite se morasse mais perto da natureza.

Ah, o Habib's não dá ketchup.

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