A rinite achou meu nariz.
Estou na época da maratona de provas - pulei a de festas de quinze, só pra constar -, sendo que ao todo elas vão contar cinco; dois dias do ENEM (105/180), um dia da FUVEST (44/90), dois dias de prova de bolsa em cursinhos e dois dias da UNIFESP.
Ontem fui fazer a FUVEST com três dias de nariz congestionado, pingando como uma goteira, olhos ardendo e aquela sensação de quem passa a noite dormindo em um ônibus de viagem. Peguei a comida de sempre - água e água de coco congeladas, club social integral, frutas e barrinhas de cereal, sem contar umas balinhas - e sai de casa rumo ao desconhecido, já colocando em mente que não iria saber fazer muita coisa.
Cheguei lá e, bombardeada por pessoas entregando panfletos, segui o fluxo de pessoas e acabei achando, milagrosamente, a minha sala. A mulher que me recebeu pareceu entender que minha falta de orientação era de nervosismo e me colocou na fileira quatro, na quinta carteira.
Tão cansada que via pessoas conhecidas por todos os lados - e algumas eram realmente conhecidas -, derrubei muitas coisas e me atrapalhei muito arrumando as coisas em baixo da carteira. A maioria das pessoas lá eram mais velhas e o ventilador secava meus olhos, fazendo eles arderem ainda mais.
Resumindo a prova: estava como deveria estar. Bem difícil, chutei muito na parte de exatas, no meio da prova queria sair correndo de tanta rinite e quase fui desclassificada por estar com um celular ligado na mão no meio do prédio da FMU.
Saindo de lá, fui assistir A Esperança - Parte I. Do meu lado, um cara chato que comentava o filme em voz alta, o pessoal que ria de um filme que não era de comédia e muitos, muitos casais naquela sala de cinema. Estou cantando a música da Katniss até agora.
E pra complementar a vida, o maior número de coisas estúpidas que um ser humano pode fazer em um curto período de tempo: rondei 5 pias atrás de água e sabonete, fazendo uma mulher ficar com dó de mim e tentar me ensinar a usar uma torneira, além de pisar em um rodo e fazer ele bater na minha cara.
Fechando a noite com um jantar natural, experimentei queijo gorgonzola pela primeira vez, vi o cozinheiro flambar nossa comida e pensei que eles deviam colocar a cozinha mais a vista do que o balcão. Sinceramente, acho que gorgonzola não é a melhor coisa que se pode fazer com um queijo.
Hoje, mamãe quis me levar pra almoçar no shopping e eu fiquei realmente feliz de não ser MC Donalds. Esfihas, sprite e depois um bolo retangular em casa.
Eu sei que estou sem prática de detalhar coisas e escrever, mas agora já é um pouco tarde. Foram os dois dias mais agitados da minha vida (acho que não tem muito exagero nisso) e o saldo final é: não nasci pra viver em cidade grande, não gosto de gorgonzola, as pessoas não tem consciência de quem você é e por isso sempre vão usar sua aparência como parâmetro de julgamento, não me sinto especial no meu aniversário e eu provavelmente não teria rinite se morasse mais perto da natureza.
Ah, o Habib's não dá ketchup.
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