Estranho como certas vezes não há nada para sentir.
Tudo o que fiz esses últimos dias foi esperar tudo passar - as aulas tediosas em particular. Nada foi muito emocionante ou significativo. Claro que existir é algo com sua própria magia e glorificação, mas é um grande desperdício de vivacidade existir desta maneira.
Quando se vive constantemente focado em seu Eu interior, tudo parece extremamente comum e voltado a realidade presente. Parece que todo o diferente e possível some das vistas, como se o que todo o mundo fosse uma enorme ilusão. Temos de nos relembrar constantemente: isso é água. Isso é água.
Acho que a rotina nos faz perder essa capacidade de se dar conta de isso é água.
Deixando a parte reflexiva da vida um tanto para o lado, gostaria de procurar energia - parece que a minha se esvaiu e nem sei como recuperá-la. Parei de escrever por um tempo e parece que minha velha forma de escrever frases duras, sem sentimentos e chatas voltou (ou nunca tinha ido embora).
Para falar a verdade, não sei o que escrever aqui. A apatia é grande.
Para falar a verdade, considero esse ano um grande fracasso. Apesar de ter tido meus 20 segundos de coragem insana, ter começado a ter uma certa independência das pessoas (ainda insuficiente, diga-se de passagem), ter meu tempo tomado com algum lugar para estar - o que me prepara para algum desses planos de futuro que algumas pessoas consideram normal e ideal -, sinto que não fiz quase nada por mim.
Lembro quando tinha um vício magnético grau 7 em computador e meu cérebro me deixava ansiosa para voltar, porque se não voltasse iria perder algum detalhe e isso seria horrível.
Isso tudo vale a pena?
Vale a pena ignorar o mundo pra terminar um algo que alguém te cobra e você não gostaria de fazer? Vale a pena deixar de passar tempo com pessoas porque não pode parar? E vale a pena estar constantemente em movimento, porque se parar as coisas mudam sem você perceber?
Um grande desejo pela humanidade é que todos vivessem de acordo com suas aptidões, que todos identificassem aquilo que realmente amam e explorassem toda a sua capacidade naquilo que fazem. Isso sim seria um intenso sabor de liberdade.
Engraçado como eu enjoo do que escrevi quando releio. Mas me recuso a apagar.
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