31 março 2016

Ineditismo

Fatmagül vai me deixar e nossos universos provavelmente nunca mais se cruzarão da mesma maneira. E não me lembro da última vez que usei trema em uma palavra, mas suspeito que tenha sido em lingüiça.

Percebi esses dias que me ouvir cantar é sofrível e prometi ter cuidado ao me sujeitar a esse tipo de perigo, até porque I Want to Break Free não é uma música completa se você não se libertar junto com Freddie Mercury, então não cantar não é uma opção.

Tenho rabiscos de caneta nos braços e pernas e suspeito que seja minha ansiedade me passando mensagens secretas - aparentemente ela ainda não aprendeu a escrever -, o que quer dizer que devo estar produtiva, mas também que preciso tirar uns momentos do dia pra escrever coisas aleatórias que acontecem na minha vida.

Falando nisso, agora que estou emocionalmente um pouco mais estável do que antes, tenho em mim todos os sonhos do mundo, e estou buscando por inspirações para vida, eis que me surge (novamente, porque provavelmente é a terceira vez que vejo):


Comentários sobre glúteos a parte, vivamos o ineditismo da vida.


27 março 2016

Reconfigurar

Por outro lado, estar em outro lugar e inconsciente de si mesmo nos impede de entrar em surto psicótico.


Pane

Será que as pessoas também sentem quando a tecnologia as sufoca?

Vamos pensar: antes do ano de 2005, eu provavelmente só conhecia um celular preto tijolo e um bipe quebrado, além da clássica televisão. As diversões eram entrar na casa da minha avó sem quem ela percebesse e fingindo ser uma espiã, ser café-com-leite no pega ladrão, pular amarelinha e corda, brincar de chef de cozinha/garçonete/professora, dar banho em Barbies e guardar toda sorte de material que pras pessoas poderia parecer lixo, mas poderia virar... qualquer coisa.

Quando o computador chegou, claro, nada era mais interessante do que uma infinidade de botões pra se apertar, sem saber o que iria acontecer ao pressionar um deles. E alguns segundos site do Cartoon Network deram lugar a algumas horas nos sábados e domingos e então várias horas a qualquer momento da semana. Passar 12 horas com os olhos vidrados valia a pena acordar às 6h da manhã. E porque lá era o único lugar onde parecia haver ação e empolgação em meio a um barco de vento no vácuo. Dias incompreensíveis.

Ter passado mais tempo consciente em uma máquina do que na realidade é realmente assustador, como suprir as próprias carências com horas de virtualidade, onde é possível inventar a própria história.

26 março 2016

Realidade Paralela

Este é o momento em que paro de postergar minha história.



Tenho deixado um pouco de lado essa insanidade que me faz tão bem por N motivos que serão referido como "motivos mil" acompanhados de uma dose de apatia. Em alguns momentos simplesmente nada parecia fazer muito sentido, como a existência de algo no lugar da não existência. Até agora parece um tanto confuso, na verdade.

Simplesmente me abandonei por alguns dias. Esquisito voltar a pensar desse jeito - como se o cérebro voltasse todas as atenções pra acontecimentos fúteis externos enquanto a pessoa dentro de ti precisa de atenção, como quando estamos viciados, completamente distraídos e em uma realidade paralela.

22 março 2016

O mundo é um ambiente cheio de sensações e experiências de quantidade infinita - você pode escolher algumas para experimentar aqui e ali, simplesmente sair experimentando tudo o que vier pela frente ou ignorar todas e se enfiar em um quartinho com cheiro de mofo.

Escolhemos frequentemente esse lugar com infiltrações, , acredite. Chama-se quartinho cômodo. 




20 março 2016

Dispa-se de energias negativas

Algo estalou em minha cabeça. E não foi a enorme quantidade de ar.

Preciso de um tempo pra abrir minha mente novamente antes de sair por aí escrevendo.

Enquanto isso:

Assistir o clipe de Sorry muitas vezes ajuda quando estamos assustados. Pensar sobre pessoas com olhos brilhantes e sorrisos marotos também. Beliebers devem ser ótimas espantando mau-olhado.

ATENÇÃO! O VÍDEO A SEGUIR POSSUI OS SEGUINTES EFEITOS COLATERAIS:
- REPETIÇÃO DE FRASES POR UM NÚMERO INDEFINIDO DE VEZES, PODENDO DURAR SEGUNDOS, HORAS E ATÉ DIAS;

- DESEJO DE DANÇAR INICIAL E AUTO-DECEPÇÃO LOGO EM SEGUIDA.

No impasse da vida
somos ávidos perdedores

Ainda se espera
pelas minhas respostas

Evitando mau-olhado

Quando se conversa com alguém e não há nada em sua mente que grite "ME CONTE, ME CONTE, ME-CON-TE", é provavelmente sinal de há algo de errado com a vida. Fofocas à parte. 

Claro que não é porque grita que vais ceder ao desejo e, para isso, tenho uma teoria:

Nunca contar sobre planos pessoais ainda não concretizados. 

Memórias me dizem que há comprovação científica de que falar sobre algo que precisa ser feito meio que engana seu cérebro, como se já tivesse sido feito. E também há muitas energias negativas envolvidas, então não vamos arriscar expor nosso bebê prodígio a elas.

07 março 2016

Aqui jaz lagartixa não nomeada

Já faz um tempo em que eu e meu pai observamos uma lagartixa na janela - ela era sagaz, esperta,  todos os dias fazia suas refeições: esperava uma mosquinha dar sopa, andava com a leveza de um grão de poeira e dava o bote com sua língua comprida e pegajosa.

Na primeira vez, ver ela sem rabo nos chamou atenção,  então ficamos de olho pra reparar o quanto crescia e o quão rápido. Foi depressa,  vimos o rabinho aparecer pouco a pouco,  como mágica,  e até ele dar a impressão de desproporcional ao corpo dela. Quem sabe se era uma lagartixa.  Ou um lagartixo.

Uma outra aparecia de vez em quando,  bem maior que a primeira,  supomos que era sua mãe. Estavam caçando juntas, rondando do lado de fora das nossas janelas, por dentro no dia de chuva (porque foi só um que vi ela desse lado).

Hoje, depois do jantar, vi as duas tão próximas e pensei que estavam acasalando (dois insetos grudados,  quem nunca), mas estavam imóveis e uma de frente pra outra. A suposta mãe com a cabeça da nossa companheira na boca.

Cutucamos, mas já era tarde.

Isso é uma crônica? Rapidinho 2

Fomos outro dia visitar um prédio em andamento,  antes de começar a morar pessoas e depois de ter pacotes de gesso por todos os lados. Fatos que passaram pela minha cabeça:

1) Esse lugar é rico;
2) Esse lugar é fechado;
3) Talvez um dia eu queira morar aqui mas agora a resposta é não. 

E refletindo sobre como existem pessoas que querem morar ali, me pergunto o que me faz ir contra a maré. 

Primeiro,  tenho meu canto físico no mundo - um privilégio -  por enquanto.  Segundo que aquele lugar é tão fechado que as árvores que colocam por lá ficam deprimentes. Terceiro,  a decoração chique não é dos meus gostos.

Estou enumerando demais, isso é suspeito. 

E então, fui levada a pensar: onde eu iria querer morar?. 

Isso é uma crônica? Rapidinho

Todas as tecnologias se viraram contra mim, o que aceitei calada e com um sorriso no rosto. 

Muito tem acontecido desde minha última aparição. A princípio, me lembro de ter ido ao cursinho fazer uma prova de bolsa; passei o caminho todo me preparando pra fazer aquele caminho todos os dias úteis pelo resto do ano, cheguei atrasada, fiz a brasileira e falei com a cara perto demais do professor - despropositalmente e por alguns segundos porque, estava prestes a dizer ME DÁ ESSA PROVA QUE EU QUERO IR EMBORA.

Passei três horas com os glúteos (que glúteos?) na cadeira, percebi que não sei nenhuma matéria que deveria saber (avá, não passou na universidade por quê?) e saí me sentindo uma patricinha de classe média naquele lugar. Até que mamãe chegou,  perguntamos o preço,  fizemos cara de bonitas quando ele foi revelado e saímos divas antes de começar a fofocar sobre AI CARABA QUE PREÇO É ESSE. SEM CHANCE e sobre o quanto estávamos com fome.